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domingo, 25 de dezembro de 2016

Uma reflexão sobre a atuação de pragmáticos e reflexivos em 2016 e a projetação de 2017: uma análise plural.

Segundo Castells (2010), todo tempo parece ser específico a um determinado contexto, o tempo é local. De fato, o tempo foi nosso maior aliado e, às vezes, maior inimigo, no contexto do Mestrado. Cada um do seu jeito, superando as adversidades, as noites mal dormidas, as madrugadas de aprofundamentos em frameworks aprendidos.

O ano de 2016 foi intenso. De leituras, leituras e mais leituras. Trabalhos, trabalhos e mais trabalhos. Acredito que todos concordam com Bentz (2016): "é muita coisa para ler e pouca vida". Por isso, eventualmente, sim, nos permitimos em 2016, ler apenas as páginas pares. Às vezes, apenas as páginas ímpares. Variamos muito durante o ano.

Mas não importa. O que importa é que mais um ano se foi. Mais um ano ficou para trás, com muitos créditos acadêmicos concluídos. Borboletas. Porém, resta um outro punhado de créditos para cumprir no ano que vem. Uns mais, outros menos. 2016 foi o ano em que incluímos o desconhecido na nossa rotina. A desconhecida, porém desejada, jornada do Mestrado.

Aprendemos muita coisa em 2016: Morin, Manzini, Desmet, Cross, Zurlo e Ouden (lista não exaustiva). Aprendemos muita coisa sobre design, métodos, experimentos, inovação.

Entretanto, nosso maior aprendizado, lhes asseguro, foi em redes. Rede de inovação? Rede de projeto? Rede colaborativa? Não: rede de amizades. Uma rede que começou a ser formada em março desse ano e a cada dia de aula que tínhamos ficava mais intensa. Novas conexões foram se formando e mais tarde foram se fundindo com outras turmas até que chegamos no final do ano com três turmas de Mestrado compartilhando experiências ao mesmo tempo. Que momento! Novas amizades, novos projetos, novas caronas, novas experiências foram viabilizadas por esses mestrandos que não se acomodaram para “dar jeito” nas coisas. Aprendemos uns com os outros. E, por grupos de whatsapp e facebook, os “discípulos de Morin” deram força uns para os outros. O prazo do artigo estava chegando? Uma fotinho de incentivo, um comentário encorajador (ou mesmo de desespero), sempre fez com que fôssemos mais longe. Bem longe, perto das 22h15.

Foram seminários, workshops, artigos, exercícios projetuais. Relações racioafetivas e inspiração para cada uma das semanas, mesmo que essas fossem contadas de trás para a frente. Cabritos. A intensidade do Mestrado só não foi mais forte que a intensidade dessa amizade em rede. O ecossistema fortalecido a cada semana que passava. O ecossistema que tornou mais forte a rede, que sempre demonstrou mais força na sala CPA306, no formato tradicional, com a "bancada do agronegócio" ao fundo. A epistemologia, hemorragia da desordem que transformou a degradação anunciada em uma rede concreta, sustentável e com bases fundadas na complexidade. Mas concordamos, tudo nesse ano foi complicado.

Não ocorreu, desde o espremedor de Phillipe Starck, um design tão perfeito como esse que criamos: pragmáticos e reflexivos. Essa divisão conquistou muita gente. E, muito embora essa divisão não diga absolutamente nada para o ecossistema ao redor do nosso, diz muito para a gente. E sobre a gente. Orangotangos. O ecossistema que talvez dividisse a turma, mas que trouxe um significado ainda maior: nos uniu cada vez mais naquilo que seria um registro de uma forma metafórica do significado teórico (BENTZ, 2016). É impossível falar de pragmáticos e reflexivos sem lembrar de Van Onck (1965). O deslocamento existencial de cada um de nós nos transformou em “pragmáticos reflexivos” e “reflexivos pragmáticos”, de modo que tivemos que desenvolver certas habilidades para sobreviver 2016. De todas as atitudes do designer (MICHLEWSKI, 2008), me parece que “criar e trazer à vida”, foi a grande habilidade que nos uniu. Criamos artefatos, reflexões, e trouxemos à vida artigos que ajudaram nos diferentes raciocínios, para entender o contexto da complexidade que vivíamos. Autopoiese.

A atribuição do designer de ver, prever e fazer ver (ZURLO, 1993) nos fez ver as tarefas que tínhamos que entregar durante o ano, prever os impactos de nossos trabalhos e fazer ver artigos, seminários, exercícios projetuais. Semanalmente.

Nesse ano, acompanhamos a história do Caramelo (ANDRADE, 2016), vimos colegas marcando presença no SXSW (PAZ, 2016), acompanhamos a batucada tomar conta (LUZ, 2016), uma aceleradora acelerar cada vez mais (MAKARIEWICZ, 2016), a intenção das casas colaborativas virarem Cooperativas (BUENO, 2016), e, por consequência, também compreendemos o quanto "ser cooperativo" é legal (SANTOS, 2016). Aprendemos a ser mais cachorro (BOLZAN, 2016), nos demos conta que tem sim como conciliar o Mestrado com os desenhos, mesmo que simultaneamente (FRIEDRICHS, 2016), aprendemos que sempre tem um lado positivo para ver as coisas (SILVEIRA, 2016), descobrimos como respirar fundo e falar um raciocínio em 5 minutos sem parar (MANDELLI, 2016) e percebemos mais uma perspectiva de atração a riscos (LACERDA, 2016). Em Estudos Avançados, entendemos como é possível fazer 8 logotipos originais em 40 minutos (LORENZ, 2016). E vimos as semanas serem contadas de trás para a frente (LIMA, 2016). Compreendemos que o Mestrado é muito mais que os créditos acadêmicos obrigatórios (VIANNA, 2016) e também aprendemos que se nada mais tiver jeito, Igrejinha está de braços abertos com a Oktoberfest (COPES, 2016) para esquecer tudo.

E, nesse contexto complexo, em meio às curvas de Gaudi, às obras de Eiffel ou aos ecossistemas de Ouden, vemos o ano de 2017 se avizinhar. Estamos a alguns dias de iniciar o ano com mais dois desafios de “fazer ver”: fazer ver o artigo de redes (agora com prazo até 01/02) e o artigo final de Processos e Significação (prazo de 28/02). Em meio às nossas férias, veremos data se aproximar, preveremos o resto do ano... e, não haverá alternativa: precisaremos fazer ver os resultados. E finalmente entregar. Os obstáculos terão que ser superados até o final. E, de acordo com Flusser (2008), a superação desses obstáculos, criarão novos obstáculos, pois o calendário será implacável conosco no próximo ano: precisamos fazer ver a nossa qualificação. O prazo de 31/03 parece arrefecer nossos corações, já que a outros compromissos não nos permitirão entregar antes disso (risos). Sim, a vida é dura. Assim como é dura a vida das abelhas.

Mas como nem tudo na vida é complexidade, teremos as festas de Ano Novo. Sim, porque o tempo dos mestrandos passa mais rápido cada vez que pensamos. Ou cada vez que pensamos que, além do Mestrado, a vida vivida nos impulsiona para um 2017 ainda mais intenso. Que só não será mais tenso que o primeiro trimestre de 2018, quando defenderemos a nossa dissertação, para justificar o trabalho desenvolvido em 2 anos de amizade. Digo, de Mestrado.

E que 2017 seja um ano cheio de simplicidade!

Porque, de complexo, já temos Morin. J

sábado, 9 de abril de 2016

O problema do problema do design – Resenha Kees Dorst

O problema do problema do design – Resenha

A ideia central do artigo de Kees Dorst é apresentar como os designers enfrentam os problemas de design e como os níveis de especialização são importantes para a compreensão das situações encontradas. Além disso, o autor procura esclarecer porque os designers tomam as ações que tomam, bem como a forma de propor soluções a partir dos mesmos níveis de especialização, para o desenvolvimento dos projetos, conforme a estrutura dos problemas de design.
Dorst inicia o artigo apresentando os problemas do design sob três naturezas: os problemas parcialmente determinados, os subdeterminados e os não-determinados. Se design está relacionado com “resolver problemas”, o designer precisa logo iniciar compreendendo o problema, camada por camada, para desenvolver soluções apropriadas para cada situação. Dorst também traz a discussão a respeito dos paradigmas de Schön e Simon. Por um lado, Simon diz que o design é visto como um processo racional de solucionar problemas. Do outro, Schön descreve o design como uma prática reflexiva.
Em uma entrevista de Massimo Vignelli, incluída na compilação “Design em Diálogo”, ele diz que “não existe solução de problemas em termos absolutos. Sempre é uma interpretação de um problema”. Além de justificar o caráter objetivo e subjetivo do designer referido por Dorst no artigo, tal leitura justifica ainda os níveis de especialização, os quais são determinantes para o entendimento do problema e para a proposição das soluções inovadoras para todos interessados, por parte do designer.
Em função disso, justificam-se justamente as questões colocadas por Dorst (trazidas de Hubert Dreyfus), em razão da especialização necessária para cada tipo de problema, as cinco maneiras de perceber, interpretar, estruturar e solucionar problemas: i) novato, ii) iniciante, iii) competente, iv) proficiente e v) perito. Dorst, 2004, ainda refere outros dois níveis dentro do modelo de desenvolvimento da especialização do design: mestre e visionário. Todas as etapas, consideradas como “modelo de desenvolvimento” da especialização em design, podem ser consideradas como uma forma evolutiva para o próprio designer. Uma forma de evolução, de aprendizado.
Complementarmente, entende-se que as especializações também vêm acompanhadas da carga pessoal que os designers trazem, o que faz com que tomem as decisões com base também nas suas experiências e repertório pessoal, o que torna impossível realizar uma classificação taxonômica apropriada dos problemas de design. Assim, as experiências do designer são também importantes para que ele conduza os processos de entender as camadas dos problemas para apresentação de uma solução adequada.

DORST, K. 2003. The problem of Design Problems. In: Design Thinking Research Symposium. Sydney: Sydney University of Technology, 2003.

DORST, K. REYMEN, Isabelle. 2004. Levels of expertise in Design Education. International Engineering and Product Design Education Conference: Holanda, 2004.

HELLER, S. PETTIT, E. 1998. Design em diálogo. COSAC Naify: Brasil, 2013.


quinta-feira, 17 de março de 2016

A banca do Mestrado é libertadora

No dia do maior caos político no país desde a queda de Fernando Collor, estou na Unisinos hoje, para acompanhar uma banca de Mestrado em Design. Primeira banca que assisto.

Cheguei na sala e alguns poucos interessados em acompanhar, entre eles colegas da minha própria turma de Design 2018. Lá na frente, perto do power point, se preparando para a defesa da dissertação, uma moça alegre, feliz, libertada.

Parece que a banca é a libertação mesmo. Depois de dois anos de entrega, de trabalho duro, muito estudo, chegou a hora de apresentar em cerca de uma hora e meia, que tudo o que você escreveu valeu a pena e será validado pelos Doutores à sua frente. 

Cheguei a dizer pra ela que a sua alegria era "contagiante".

Sim, a banca é libertadora. A nova Mestre em Design irá para casa em seguida, feliz, libertada.

quinta-feira, 10 de março de 2016

O banco do futuro na ótica do Designer

Não existe pesquisa sem um problema bem definido. Se o problema não for bem definido, a pesquisa e o projeto de design serão prejudicados e os resultados serão vazios. Um dos principais problemas abordados por Friedman no artigo, diz respeito exatamente à evolução do projeto de pesquisa a partir da definição do problema (“o problema vem primeiro”), com a aplicação dos métodos de pesquisa, abordagem e desenvolvimento da teoria, ponto de partida para a definição das soluções.

O único consenso que existe no mercado atualmente sobre como será o banco do futuro diz respeito à distância do cliente da agência bancária. Ou seja, todos pensam assim e acreditam que tudo pode ser resolvido com um aplicativo.

Ora, se o design é o campo onde se pensa soluções novas, inovadoras, por que não então, justamente desenvolver uma solução criativa para o banco do futuro, que seja mais que um aplicativo? O banco do futuro não se constrói apenas a partir de Fintechs bem-intencionadas. Provavelmente, designers precisarão engajar-se no entendimento das necessidades dos clientespara saber onde os bancos poderão ajudar eque ferramentas serão usadas.

A ótica do designer fica bem clara no artigoquando o autor propõe, com a citação de Whetten, que as questões devem ser respondidas pelos quatro elementos de qualquer teoria: what, how, why, who, where, when. Podemos traduzir as questões por uma metodologia “5W1H”. Se estivéssemos falando no campo da administração, acrescentaríamos o “how much (5W2H).

Por que o designer não deve se preocupar com o “how much”? Por que o designer não pode estar atento a custos, viabilidade financeira, investimento e retorno. O designer deve propor soluções criativas para problemas complexos da sociedade. Do contrário, a criatividade estará presa a uma âncora que não é (e não deve ser) de conhecimento do designer. No caso do banco do futuro, colocar um aplicativo em lugar do banco atual, seria uma solução proposta por um “administrador preocupado com custos(preocupação “do banco para as pessoas”). Simples: os clientes sairiam das agências e o problema estará resolvido. Porém, é isso mesmo que o cliente espera?

Entendo que as soluções devem ser desenvolvidas “das pessoas para os bancos”.Assim, a proposta do projeto será exatamente identificar as necessidades do ponto de vista das pessoas, coletando informações e identificando desejos que justifiquem a preocupação com a experiência do usuário ao usar um banco.

 

FRIEDMAN, K. Theory construction in design research criteria: approaches, and methods. Design Studies, Oxford, v. 24, p. 507-522, 2003.

sábado, 10 de outubro de 2015

Cocoricó

Thobias das Dores. Esse era o nome dele, grande amigo dos tempos do colégio. Fomos colegas de aula por 5 anos consecutivos, no (antigo) segundo grau. Éramos uma dupla e tanto: na álgebra, geometria, história, português e principalmente, literatura. Interpretando nas simulações teatrais que fazíamos, Thobias era um artista.

Mas não gostava de ser chamado assim. Na hora da chamada, quando o professor chamava "Thiago", que vinha antes dele, na ordem, o Thobias já antecipava "eu também, presente", na tentativa de que o professor marcasse sua presença sem chamá-lo pelo nome. Na maioria das vezes funcionava, mas o professor de álgebra fazia de propósito: "hum... sim, o Thobias das Dores, está lá... presente, obrigado Thobias". E assim ele ia. Íamos.

Ele gostava mesmo que o chamassem de Bita. Só isso.

Como disse, o Bita era meu amigo. E um artista e tanto. O sonho dele sempre foi ser político. Ele dizia que a carreira pública o atraía pois era fácil para ele e acreditava que tinha a habilidade que um cargo na prefeitura, no governo ou no parlamento exigia. Claro, para quem um dia interpretou Getúlio Vargas (sério, fizemos isso no segundo grau), trabalhar na carreira política seria barbada. Sempre achei que ele seria prefeito, governador, quem sabe até presidente do país. Errei.

Na semana passada eu estava almoçando num restaurante perto do meu trabalho e entra um sujeito esquisito, apressado, vestido de branco, cabelo branco, mas não da idade. Era farinha. Pude ter a certeza quando ele esbarrou numa cliente vestida de preto, que estava servindo do buffet. Espalhou farinha para todos os lados, salpicando com pequenos pontos brancos o casaco preto da cliente perto dele.

Olhei melhor, observei e vi que aquele rosto era conhecido. Entregou alguns pães e discos de pizza para alguém do restaurante e se dirigiu ao caixa. Quando ele disse "são duzentos reais", tive a certeza de que era o Bita. Não me contive, levantei e quando ia perguntar ele se antecipou: "sim, sou eu, o Bita, presente". Obviamente, com medo de alguma coisa, mas acabamos rindo bastante daquele reencontro.

Foi uma grata surpresa para os dois. Perguntei se ele já tinha almoçado e, depois de muita insistência, ele decidiu sentar-se e comer um prato de sopa comigo.

Conversamos por cerca de 40 minutos. Contou-me das suas experiências (inclusive na política) depois do colégio e o motivo de estar hoje vendendo pães nos restaurantes. Depois de um suspiro ele me respondeu resumindo toda a conversa daquele almoço: "olha, existem 4 tipos de galinha. As que não cacarejam, as que cacarejam e põem ovos, as que cacarejam e não põem ovos e as que só cacarejam, com os ovos dela, com os ovos dos outros e mesmo sem ovos. E olha, eu me dei conta que eu sou uma galinha que só põe ovos. Não tenho saco para cacarejar aqui e ali. E por isso decidi abrir uma padaria e pôr ovos todos os dias. Meu negócio é pôr ovo! Entende?".

Isso me faz lembrar a dura vida corporativa de hoje em dia. Muita gente querendo roubar seus ovos e dizer que são delas.

O Bita abriu uma padaria e estava planejando abrir uma filial. O Bita, quem diria, de político, virou empreendedor. E está apenas pondo ovos. Todos os dias.

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Esse é um texto de ficção. Qualquer semelhança com nomes fatos ou acontecimentos, é mera coincidência. Obrigado aos amigos CG e FS.

Design de Experiência

Em breve trarei novidades relacionadas a design de experiência, comentando um pouco sobre as tendências do banco digital.


Rodrigo

terça-feira, 26 de maio de 2015

#VoltaFordT




Depois do Novo Fiesta, do Novo Fusion, do Novo Focus e do Novo Ka, vem aí o Novo Ford T.

Aguardem!

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Claro, é brincadeira. Mas bem que poderia ser verdade. Há tempos que eu queria escrever e publicar um texto sobre o Ford T, mas eu estava aguardando o dia de hoje. Admito, o primeiro rascunho desse texto estava aqui, aguardando, nos rascunhos do blog.

Isso porque, hoje, nesse mesmo dia 26/05, no ano de 1927, a Ford produzia a última unidade do Ford T. Durante quase 20 anos no início do Século XX, o veículo foi responsável por movimentar a economia e dinamizar a sociedade americana, antes da grande depressão, em 1929.

Foram 15 milhões de unidades produzidas. O preço inicial do Ford T era de 850 dólares (em torno de 20 mil dólares a valores de hoje). O Ford T e a indústria automotiva de Henry Ford motivou inclusive a construção de uma fábrica de borracha e pneus aqui no Brasil, para a empresa não ficar na dependência apenas da borracha asiática. Essa história é pouco conhecida: o Projeto Fordlândia (hoje município de Aveiro, no PA) existiu sim. Mas isso é outra história... (para saber mais: Fordlandia: The Rise and Fall of Henry Ford's Forgotten Jungle City, de Greg Grandin).

Agora, voltando ao Ford T: imaginem, mais de 100 anos depois, um Ford T totalmente remodelado, elétrico, compacto, sustentável, (automático também?), lançando tendências mundiais de eficiência, conceito e design. A Ford teria a chance de sair na frente de novo. Assim como foi há mais de 100 anos atrás.

Patrimônio da Ford, o T por si só, já tem o apelo necessário que precisaria. E nem precisaria tanto esforço publicitário.

"T" é apenas uma marca, um nome. Assim como o "Ford Ka". Mas com o "T" seria diferente: não haveria chances para falhas. Seria uma chance única. Qualquer deslize no projeto, poderia arruinar a imagem da Ford. Talvez seja por isso que ninguém pensou nisso antes, né? Está bem, o "T" fez história, está lá, ninguém pensa em arriscar a sua reputação com um projeto tão arriscado como esse.

De qualquer forma, inovação também é repensar o velho para inventar o novo. Mas um pouco de coragem nesse caso, também é bem-vinda.

#voltafordT.

Nem que seja na forma de "carro-conceito"...

domingo, 3 de maio de 2015

A vida "appzada"

Meus amigos já me perguntaram várias vezes por quê eu não escrevo com maior regularidade no blog. Aí eu invento uma história, digo que não é fácil escrever todos os dias e assim vai. Criatividade é tudo. Seja para escrever, seja para dar desculpas.

Até aí tudo bem, mas quem vai acreditar nisso se estou sem escrever há vários meses? Ninguém.

Tá bom, é preguiça mesmo. Melhor: é dificuldade de conciliar Facebook, Twitter, Coursera, MosaLíngua, Memrise, Elevate, LinkedIn, Spotify, Kindle (finalmente aprendi a ler em dispositivo eletrônico), apenas para citar alguns. Todos devidamente instalados em todos os devices que tenho à mão: smartphone, tablet, PC, iPod. Nunca se sabe quando vai precisar. A confusão é grande, confesso.

Já pensei em colocar um quadro na minha casa ou espalhar post-its com os horários definidos para dedicação, por dia, por semana, para cada um desses aplicativos. Para não exagerar em nenhum, sabe? Aí pensei que não podia ser tão analógico: um quadro na parede? Vê se pode. Fui procurar... um app. Me deparo com o Timeful, que poderia me avisar quando iniciar cada um desses aplicativos em um tempo que eu determinaria. Outro problema: qual o tempo adequado para cada um deles? Eu precisava organizar o tempo e fui procurar. Encontrei a "técnica pomodoro" que, na falta do tomate de cozinha no formato tradicional, um app facinho de mexer faz muito bem o trabalho e é muito eficiente.

Há app para tudo: comprar, vender, emprestar, se comunicar, controlar, se controlar (finanças pessoas), organizar, encontrar, se perder, conhecer, namorar.

Não há como ignorar. A vida "appzada" está deixando as pessoas mais ágeis, mais dinâmicas. Tudo converge, tudo anda mais rápido. Aprender um idioma (qualquer idioma) é mais fácil agora: com menos de um dólar é possível aprender inglês, francês, alemão e até sueco (um dólar para cada idioma, claro). Com mais dois dólares, é possível saber para onde está indo o avião que está passando sobre a sua cabeça agora, qual a velocidade, altitude e a companhia aérea. Nem escutar rádio você precisa mais para saber quem canta a sua música favorita: o Shazam faz isso, já informa o intérprete, o álbum e quanto custa. E tem um botão, claro, que te leva direto para a loja virtual. Clicou, comprou. Em 3 minutos você já pode ouvir. É uma infinidade de aplicativos, para uma infinidade de objetivos. Tudo ao alcance da sua mão e do seu smartphone.

Organizar o seu tempo para usar tudo o que está disponível, ao menos para contar para seus amigos que você conhece o app mais comentado do momento, aí é um outro problema. 

Talvez você precise mesmo é de um app para isso também.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Forth Worth e Texas Christian University: uma grande experiência.


Há 2 anos, eu iniciava minhas aulas aqui em Fort Worth, TX: participei de um excelente curso promovido pela Southwest CUNA Management School (SCMS). Desde 2012, a TCU (Texas Christian University) foi "minha casa" por 12 dias no mês de julho.

Foi uma grande experiência. Eu diria "inexplicável", mas como estou escrevendo aqui no blog, tentando contar um pouco dessa jornada, obviamente que o termo não se aplica...

Pois bem, nesse tempo aprendi muita coisa da cultura americana (comida, como é a rotina, comércio, atendimento ao cliente) e de como funcionam as Cooperativas de Crédito daqui. Elas têm uma dinâmica bem diferente da nossa no Brasil, mas acredito que um dia eles chegarão perto das nossas. Aliás, já estão no caminho.

Foram 2 anos (2012-2014) trocando experiências com as mais diferentes Cooperativas de Crédito americanas, no Campus da TCU. Por 12 dias por ano, vivi como um típico universitário americano, morando nos dormitórios da Universidade, tomando café da manhã com ovos mexidos e almoçando hambúrguer ou pizza.

Também aprendi um pouco mais sobre os Estados Unidos: o Tratado de Guadalupe Hidalgo, sobre a cessão de estados mexicanos para os Estados Unidos em troca de uma dívida de 15 milhões de dólares em 1848, que entre os estados cedidos estava a atual Califórnia, que o Texas antes de ser território norte-americano era uma República (a República do Texas), que os residentes na época votaram a favor da anexação aos Estados Unidos. Descobri também que o Alaska foi comprado da Russia em 1867 e que Lee Oswald (suposto atirador do Presidente Kennedy) viveu aqui em Fort Worth, que fica bem ao lado de Dallas.

Aliás, Dallas é um pedaço de história. Sempre gostei da história do Presidente Kennedy e em 2012 pude conhecer o Dealey Plaza, sentei no gramado onde em 22/11/1963 centenas de pessoas assistiram a Comitiva do Presidente passar e ser abreviada por Lee Oswald. Aprendi mais sobre Kennedy e sobre Oswald. Li Stephen King (Novembro de 63) e também conheci o Stockyards, berço da bolsa de mercadorias dos Estados Unidos.

Uma das coisas mais legais que a gente vê por aqui são as bandeiras norte-americanas na frente da maioria das casas.Todos sentem muito orgulho do seu país. Muitos discordam disso ou daquilo, mas todos acreditam no futuro da nação, parafraseando Renato Russo.

Na bagagem, ao final desses 2 anos, além do diploma de graduação (juntamente com o amigo e colega de trabalho, Thiago Coutinho, sou o segundo brasileiro e terceiro estrangeiro graduado pela SCMS) levo novos conhecimentos: contabilidade, regulação financeira americana, normas diversas, segurança, inovação, liderança, comportamento, filosofia, economia, entre tantos outros. 

Desde o primeiro dia que cheguei aqui, tinha certeza de que seria uma jornada e tanto. E foi mesmo.

Um abraço!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 12

Bom dia pessoal!

No penúltimo dia de aula na SCMS, duas disciplinas: compliance para recursos humanos pela manhã e colaboração e inovação à tarde.

Pela manhã, o que parecia que seria mais uma aula de normas e leis, se transformou numa grata surpresa: o mote de apresentação do speaker Mike Blalack (http://www.blalackandwilliams.com/) foi uma aula de dicas para as Credit Unions em relação a Recursos Humanos. Entre as dicas do escritório que representa mais de 200 Credit Unions nos Estados Unidos, eles citam a descrição da posição de trabalho, acompanhamento periódico dos colaboradores bem como registro formal de feedbacks, como fundamentais para a correta condução de um processo de desenvolvimento de pessoas.




À tarde, a aula foi com o Sr. Dave Peterson (http://www.gigmasters.com/Keynote-Speaker/David-L-Peterson), um speaker profissional. Como não podia deixar de ser, tivemos várias dinâmicas bem interessantes durante a tarde toda com jogos de estratégia praticados em grupos.

Entre os pontos de maior destaque:

a) por que inovar?: as Cooperativas devem pensar de uma forma inovadora. Em um dos slides (foto), ele defende que a agência virtual deve ser a maior agência da Cooperativa. O desenvolvimento de novos canais é fundamental; 

b) automação: é o tema que mais apareceu nas aulas que tivemos por aqui. Todas as Cooperativas devem pensar em automatizar cada vez mais os seus processos;

c) compartilhamento de espaços: uma alternativa para redução de custos, já praticada por alguns bancos nos Estados Unidos, é dividir o mesmo espaço físico com uma empresa de conveniência (no exemplo que  vimos, uma Starbucks). Imagine, dentro de uma agência bancária, uma cafeteria...

d) o dilema das agências físicas: segundo ele, as instituições financeiras em geral já começaram a sentir os impactos de ter uma agência física muito grande, o que geram custos muito altos. Os bancos agora precisam decidir entre fechar agências, diminuir seus tamanhos, tornar os processos internos mais simples, investir mais no "mobile". As Cooperativas precisam começar a treinar seus usuários a usar os canais eletrônicos;

e) Agência Apple: também ilustrou como as Cooperativas podem treinar os seus associados tornando parte da agência como se fosse um "espaço Apple", com tablets, smartphones e computadores com colaboradores incentivando os associados a serem treinados a usar os canais eletrônicos: "o Sr./Sra. já conhece o nosso aplicativo para smartphone? Gostaria de testá-lo? Vai levar só alguns minutos". Isso é inovação!

Bom pessoal, por hoje é só.

Amanhã, dia da graduação na 42ª Cerimônia da SCMS.

Até amanhã.






segunda-feira, 21 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 11



Como tem sido com todas as aulas do programa, hoje foi mais um dia de aulas bem proveitosas e interessantes, com um bocado de material.

Pela manhã, começamos com a aula de "Comunicação - Como comunicar sua mensagem". Nos slides, a importância da comunicação, os conceitos relacionados ao emissor, a decodificação e a interpretação do interlocutor (receiver). Fizemos exercícios entre pares e grupos, de como comunicar sua mensagem e também de como ouvir. Um dos requisitos principais da boa comunicação é evitar conclusões precipitadas ou percepções equivocadas. Aliás, um dos exercícios feitos em aula foi de como a nossa mente procura os caminhos mais fáceis para preencher espaços vazios, seja da comunicação, seja visual.

Na primeira parte da tarde, aula de Inovação (o curso é recheado com esse tipo de aula) com o Filene Research Institute (http://filene.org/), um instituto de pesquisa de Wisconsin focado no assunto, que também realiza consultorias para as Cooperativas daqui. Destaque para o fato de que praticamente a cada aula os alunos comentam assuntos relacionados à necessidade de automação das Cooperativas de Crédito, seja fornecendo mais ferramentas para acesso dos associados (facilidade no acesso aos serviços), seja para simplificar processos. Aqui eles também estão preocupados com o custo de implantação de agências, assunto também comentado hoje

Nessa mesma aula de inovação, como não poderia deixar de ser, também vimos conceitos de Design Thinking. Em um dos exercícios que fizemos, a dinâmica foi a seguinte:

a) escolher 2 palavras entre as disponíveis para o grupo (no nosso caso, 6);
b) a partir dessas 2 palavras escolhidas, a ideia era citar atributos que a qualificassem;
c) depois disso, o grupo devia montar uma frase com soluções inovadoras para determinado problema de sua Cooperativa.

No nosso grupo, o resultado foi o seguinte:

- palavras: escova de dentes, Papa
- atributos da escova de dentes: limpa, é flexível, possui variedade, é barata, uso diário, preço acessível;
- atributo do "Papa": pessoa sagrada, confiável, nobre, fiel, sapatos vermelhos, líder.
- problema da Cooperativa: como nós podemos convencer clientes de bancos migrarem suas contas para a nossa Cooperativa de Crédito?

Cada um fez a sua frase. A minha frase foi a seguinte: "as Cooperativas de Crédito oferecem uma variedade de serviços para uso diário, proporcionado por colaboradores confiáveis que lideram a arte de prestar serviços a preços acessíveis para os associados". 

Ok, pode não ter ficado uma frase sonora, completa, mas foi bem divertido o exercício e ele cumpriu o seu papel. Mais uma dinâmica de Design Thinking.

Na segunda parte da tarde, tivemos o já conhecido firechat.



Na dinâmica, um mediador conduz a discussão de temas de interesse das Cooperativas. O primeiro deles, novamente, foi sobre automação. O segundo, a turma discutiu o que a sua Cooperativa tem feito para inovar na formação de pessoas.

Por hoje é só.

Volto amanhã com as aulas de Compliance e à tarde, pensamento estratégico e plano de comunicação. Penúltimo dia de aula.

Abraço!





Drops de Fort Worth



Sim, eles existem. 

Aqueles pedaços suculentos de carne que eu só via nos desenhos do pica-pau quando eu era criança, existem aqui no Texas. São os "T-Bones".

Brincadeira... no Brasil tem também: é a nossa "chuleta". Porém, mais encorpada. Esse é o autêntico T-Bone americano.

Está servido?









sexta-feira, 18 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 8


A aula dos desafios da liderança hoje cedo foi uma das mais legais de todo o programa. Com uma dinâmica bem descontraída, construímos a nossa Missão, Visão, Valores e Princípios pessoais. Na foto acima, a turma toda, de uma forma colaborativa, colocou em post-its ideias para a construção dos valores pessoais. Na sequencia, os alunos compartilharam das ideias uns dos outros e montaram o seu perfil.

Na aula da tarde, inovação e tendências, um show de como prender a atenção da turma com o speaker Mark Sieverwrigth, Presidente de Soluções para Cooperativas de Crédito da Fiserv (*). No primeiro slide, colocou o logo da Copa do Mundo no Brasil, o meu nome e do Thiago e agradeceu pelo "nosso país" ter feito uma Copa do Mundo memorável e extremamente bonita e organizada.

A apresentação toda foi baseada nas tendências digitais, passando pelos exemplos comuns, mas sempre importante de lembrar, como Kodak, Blockbuster, Netflix, Samsung x Apple, traçando um comparativo com os dias atuais e, novamente, tendências.

No final, ele propõe um desafio: pensem no que a sua Cooperativa tinha em relação a automação, sistemas e soluções tecnológicas em 1994 (20 anos atrás). Agora, pense no que tem hoje. E, para finalizar, pense no que ela poderá ter em 2034.

As soluções que ainda estão por vir, não estão nem perto do que hoje já foi desenvolvido. Ainda mais com o Big Data. Nem podemos imaginar.

Abraço e até segunda-feira, com o antepenúltimo dia de aula por aqui.


(*) A Fiserv é líder em desenvolvimento tecnológicos para o segmento financeiro nos Estados Unidos (www.fiserv.com).

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 7



Primeira semana de aulas quase terminando.

Bom, pela manhã tivemos aula de Compliance e Regulação, com instrutores da própria Cornerstone League. Os speakers procuraram apresentar o fluxo de como uma regulação do Cooperativismo passa antes de ser aprovada e aplicada. Como os órgãos são muitos e as normas também, eles chamam de “Alphabet Soup Regulation”. É muita coisa mesmo.

À tarde, a apresentação ficou por conta da CEO da Cooperativa “Coopera” (http://www.cooperaconsulting.com/). É uma Cooperativa especializada no atendimento de Hispânicos e Latinos, imigrantes nos Estados Unidos que não têm acesso aos bancos ou que têm, mas não são integralmente atendidos. Ontem eu disse que a apresentação era sobre “Filosofia nos negócios”, certo? Pois a aula toda foi concentrada no novo formato de negócios e especialização e também sobre inovação.

Nesse contexto, a CEO passou um vídeo para a turma, mostrando a nova realidade americana. Recomendo: https://www.youtube.com/watch?v=pQnhuj11zgI. Outro vídeo que ela passou foi sobre o Big Data (https://www.youtube.com/watch?v=449twsMTrJI), que mostra o que vem por aí.


Por hoje é só, pe-pe-pe-pessoal. Volto amanhã com os Desafios da Liderança (manhã) e Tendências de Negócios, Tecnologia e Inovação (tarde).

Abraço!

Drops de Fort Worth


Na terça-feira passada, logo cedo, tivemos problemas no ar condicionado da sala de aula. Não funcionava e a temperatura começou a subir.

Dois minutos mais tarde, uma funcionária da Universidade entrou na sala, pediu desculpas, informou que já estavam consertando e ofereceu garrafas de água e gelo (foto) para a turma toda, seguido de novo pedido de desculpas.

Na melhor das expectativas, a julgar pelo pedido de desculpas da Universidade, esperava que o ar voltasse a funcionar à tarde. Mas não. O ar voltou a funcionar 5 minutos depois.

Organização Padrão Fifa.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 6


Hoje tivemos uma aula para economista nenhum botar defeito: uma aula com 4 representantes do FED (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) aqui de Dallas. O FED possui 12 Distritos, responsáveis por regiões específicas (foto).

A aula iniciou com a apresentação dos principais números da economia norte americana, entre eles inflação, crescimento, PIB e desemprego. Os speakers, entre eles um Secretário do Vice Presidente sediado aqui em Dallas, citaram pontos relativos à Grande Depressão de 1933 e como os americanos aprenderam a lidar com aquele cenário caótico, para não sofrer mais no “futuro”. Segundo eles, tudo o que foi aplicado de “melhoria” no sistema financeiro, evitou um colapso ainda maior na recessão de 2008, a qual durou 15 meses. Apesar de dura, foi bem menor que a depressão de 1933, a qual durou 48 meses.

No final da manhã, a turma foi dividida em 12 grupos, que ficaram responsáveis por cada um dos 12 Distritos do FED. A ideia era simular a apresentação do cenário econômico de cada Distrito, abrangendo campos como energia, salários e preços, agricultura, consumo, manufatura e construção civil. Ao final da dinâmica, cada grupo explicou o cenário da sua região. Conforme explicaram, é assim a dinâmica do FED para a publicação do chamado “livro bege” da economia americana. Foi uma grande experiência, ainda mais ouvindo da equipe do próprio FED.

À tarde, com um mediador da Cornerstone League, foram montados 5 grupos de trabalho para discussão em 5 painéis, de assuntos diversos de interesse das Credit Union: associados, gestão de talentos, inovação. 3 CEOs de Cooperativas do Texas participaram expondo as suas visões sobre cada um dos temas. A principal preocupação deles: como fazer para atrair os jovens, uma vez que os atuais associados estão envelhecendo? É um grande desafio mesmo, ainda mais se tratando de um público cada vez mais exigente.


Pessoal, por hoje é só. Amanhã as aulas serão de: Direito, Compliance e Filosofia de Negócios.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 5

Bom, hoje tivemos 3 aulas: ética, retorno sobre investimento e planejamento de cenários.

Na primeira aula, de ética, apresentada pelo Dr. Shannon Shipp, destaque para

a) a ética não é uma opção. É dever de todos;

b) as pessoas têm que assumir uma postura ética para todas as coisas e assim seguir para todas as relações do seu dia-a-dia, sem exceções (por exemplo: agora sou ético, amanhã não. Não pode ser assim);

c) foi discutida também as questões relacionadas a presentes que os colaboradores ganham de associados e sua abordagem ética;

d) no entanto, um dilema ético envolverá escolhas e às vezes é necessário. As pessoas devem saber o impacto das suas decisões, quando tomar um caminho inapropriado das suas escolhas;

e) e por último, eles recomendam a assinatura anual do código de ética das empresas que têmno que eles chamam de “estabelecimento de um local de trabalho ético”. Isso é construção. Tem dois objetivos: reforçar o compromisso do colaborador com a instituição e também relembrar os conceitos e orientações contidas na política.

A segunda aula, sobre ROI (retorno do investimento), bem distante do que remete o conceito (finanças), é mais relacionada a “accountability”. O espírito é trazer os alunos para pensar próximo da sua Credit Union e o que podem fazer para contribuir cada vez mais com o seu desenvolvimento, uma vez que ela está investindo no seu desenvolvimento. Uma aula mais motivacional.

A aula de planejamento de cenários foi mais simples, com a aplicação de conceitos já conhecidos como balance score card, planejamento de curto e longo prazo.


Bom pessoal, por hoje é só. Volto amanhã com as aulas de: auxílio financeiro do FED para as Credit Unions daqui e visão, liderança e relacionamento na visão dos CEOs.

Abraço!

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 4

Na segunda-feira (14) as apresentações começaram pontualmente às 08:30h e todos estavam bem ansiosos por apresentar o seu trabalho. Na minha apresentação correu tudo muito bem. Em 25 minutos, consegui apresentar a ideia inteira do meu planejamento, despertando algumas dúvidas da turma, esclarecidas logo em seguida.

Destaques das demais apresentações dos outros 9 colegas do meu grupo:

a) a automatização de processos é uma constante aqui. Praticamente todos falaram em automatizar para ganhar eficiência. As Cooperativas que ainda não fazem dessa forma, querem possibilitar a abertura de conta, para citar um exemplo, em Smartphones. Outra colega aqui, propôs a criação de um App para a Cooperativa dela;

b)  outro colega propõe diminuir as agências a partir da condução dos associados para o Mobile, Internet, e outros canais, pois elas têm um custo muito alto (o que não é nenhuma novidade). Uma agência completa aqui, com terreno, prédio, e tudo, chega a custar 5 milhões de dólares. Isso porque as Unidades deles aqui são enormes, com todas as operações rodando num só lugar;

c) outra colega apresentou o projeto que ela chamou de “Gen Y”. O objetivo é atrair associados jovens, pois a idade média da Cooperativa dela é muito alta e está na hora de pensar no futuro da Cooperativa;

d) uma outra Cooperativa segmentada aqui conta com cerca de 1000 associados. A meta do colega é sair de 550 associados que usam o Mobile, para 850;

e) finalizando, um outro colega, VP de Contabilidade e Finanças, está propondo a criação de uma estrutura compartilhada para atender várias Cooperativas possibilitando ganhos de eficiência e escala.

Os próximos dias serão todos de aulas. Bora aprender mais um pouco com as Credit Unions aqui.

Abraço!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

CUNA Presentation

Sim, fizemos o melhor para trazer o nome do Sicredi aqui para o Texas.

Apresentações finalizadas, mas ainda aprendendo muito com as Credit Unions aqui.

domingo, 13 de julho de 2014

sábado, 12 de julho de 2014

Diário de Fort Worth - Ano 3 - Dia 1

Pessoal, como sabem, estou fazendo um Pós em Fort Worth, TX desde 2012. Esse é o terceiro ano, o ano da apresentação do trabalho final e da graduação.

Saí do Brasil na quarta-feira (10) com 13 graus em Porto Alegre e cheguei em Dallas ontem (11) com 38 graus. Uma grande diferença. Chegamos bem cedo em Dallas, eu e outro colega, Thiago Coutinho, alugamos um carro e partimos direto para Fort Worth, pois à tarde tínhamos o primeiro compromisso da viagem: visita a uma Credit Union na região.

Perto das 2:00PM, chegamos na Cooperativa, acompanhados da representante da Cornerstone League, que agendou a visita pra gente. Uma brasileira boa praça, Cristina Lau, que está aqui nos Estados Unidos há quase 20 anos.

Antes da agenda principal com o CEO da Unity One Credit Union, uma Cooperativa segmentada do ramo ferroviário, com quase 30 mil associados, fomos levados a conhecer o museu da BNSF (Burlington Northern Santa Fe Railway) que é uma empresa que hoje reúne mais de 400 empresas ferroviárias que existem ou já existiram no país. É como uma empresa resultado das uniões, fusões ocorridas nos últimos 160 anos de história das ferrovias nos Estados Unidos. É a segunda maior empresa ferroviária dos Estados Unidos, ficando atrás apenas da Union Pacific. Em 2009, companhia gerida pelo investidor Warren Buffet comprou todas as ações da BNSF.

Entre tudo o que vimos na visita, seguramente posso citar a sala de monitoramento dos trens que percorrem o país o dia inteiro como o ponto mais legal.




Esse é o Network Operations Center, a área de monitoramento dos trens da Companhia. Funcionários monitoram nessa sala (o lugar mais seguro da região de Fort Worth) os 1500 trens que correm o país o dia inteiro, seja com mercadorias, seja com passageiros (o Amtrak). Há estações de trabalho com até 8 monitores, que fazem o acompanhamento diário de tudo o que podem imaginar, incluindo velocidade média dos trens, atrasos, etc… nesses telões gigantes.

Logo após a visita à BNSF, fomos até a Cooperativa para falar com o CEO. Fomos recebidos pelo Sr. Gary Williams, que nos explicou as estratégias da empresa para os próximos 3 anos. Destaque para  a elaboração do Planejamento Estratégico da Cooperativa, que foi baseado no livro do Brett King (Bank 2.0) - já citado aqui no Blog -, com o objetivo de aumentar os canais on line e reduzir esforços operacionais das agências. Conversamos quase 2 horas com o CEO, que nos explicou as 6 iniciativas estratégicas da Credit Union para os próximos anos. A automatização de processos é uma das prioridades para eles.

Na Cooperativa, além das excelentes informações colhidas durante a vista, gostei também da pipoqueira que eles têm logo na entrada da Cooperativa, para receber os associados. Daquelas de parque mesmo, bem tradicional.




Bom pessoal, por hoje é só. O sábado vai ser de preparação para a apresentação do trabalho final na próxima segunda-feira (14).

Abraço!

sábado, 28 de junho de 2014

Ramones: um foguete para a Rússia


O primeiro disco de vinil que comprei com a minha mesada, no ano de 1988, foi do TNT (o primeiro disco de uma das bandas que mais influenciaram o rock gaúcho nos anos 80). Lembro que foi uma festa só: escutava o lado A, depois o lado B, depois o lado A, quase todos os dias. O som dos caras era realmente bom. Mas não quero falar sobre o TNT agora.
O segundo disco da coleção foi o Rocket to Russia, dos Ramones, puxado por um hit chamado Surfin' Bird, a música dos caras que mais tocou nas rádios naquele ano.

Rocket to Russia foi gravado em 1977. Mas no Brasil, o estouro mesmo só ocorreu em 1988 justamente com Surfin' Bird. Na época, eu já tinha começado a ouvir outras bandas como Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, e por aí vai. Era uma coisa diferente da outra.

Mas tinha alguma coisa interessante naquele Rocket to Russia. Todas as músicas pareciam a mesma coisa: os mesmos acordes, as mesmas batidas. Exceto pelo ritmo, claro, e a voz de um cara chamado Joey Ramone, que variava bastante o tom a cada faixa. Depois de escutar o disco todo, várias vezes e conhecer cada faixa, fiquei sabendo que Surfin' Bird não havia sido criada pelos Ramones, mas sim pelo The Trashmen, que a banda tinha uns 6 ou 7 discos já lançados, e que aquele Rocket to Russia era o primeiro e único lançado no Brasil até então.

Em 1990 eu já conhecia boa parte do trabalho dos Ramones, todos os títulos e grande parte das faixas. Foi quando dei de cara com um vinil importado de Subterranean Jungle, de 1983, num Ramones quase irreconhecível em relação aos primeiros trabalhos. Àquelas alturas, já havia decidido: iria em busca de todos os títulos dos Ramones, para conhecer o trabalho inteiro de ponta a ponta.

Em 1991, em consequência do estrondoso sucesso dos anos anteriores, a SIRE e Warner Music do Brasil já haviam lançado mais 3 títulos: Ramones (o famoso "primeiro"), o Leave Home (o segundo) e Road to Ruin (o quarto), além do Rocket to Russia (o terceiro). Em 1998, comprei o último título que faltava para a coleção: Animal Boy. Era um título difícil de conseguir. Só importando mesmo.

Desde Rocket to Russia, conheci o trabalho completo dos Ramones, de ponta a ponta. Trabalhos em estúdio, discos ao vivo. Li livros, conheço parte da história, das brigas. 

Ah sim, Rocket to Russia marcou época: em 2003 foi colocado na posição 105 na lista da revista Rolling Stone, dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.

Faixas de Rocket to Russia:


Cretin Hop
Rockaway Beach
Here Today, Gone Tomorrow
Locket Love
I Don't Care
Sheena Is a Punk Rocker
We're A Happy Family
Teenage Lobotomy
Do You Wanna Dance?
I Wanna Be Well
I Can't Give You Anything
Ramona
Surfin' Bird
Why Is It Always This Way