Tomar café depois do almoço sempre foi um dos costumes que mais valorizei desde que iniciei minha carreira profissional. Almoçar fora de casa, longe da agradável comida da mamãe, nunca foi uma expectativa que alimentei. Por isso tenho esse vício (um dos poucos) há vários anos. Chega a me dar um mal estar se não tomo um cafezinho sequer após o almoço. Vício é vício.
Eu e meus colegas do trabalho constumávamos passar esses 15 minutos entre o pedido, a espera e a degustação, num coffee shop perto da empresa. O lugar era bastante agradável, consguíamos sentar numa mesa para 4 pessoas e conversar um pouco. Atendia no lugar, vários pilotos-automático, digo, funcionários que recebiam seu pedido, faziam o seu café, serviam a mesa e cobravam a conta.
As meninas atendiam em todas as posições (funcionário multiskill). No entanto, a atividade do caixa era privilégio de apenas uma delas. Certo dia, ao terminar nosso café, fui fazer o pagamento coletivo (também tínhamos o costume de fazer o rodízio dos pagamentos dos cafés, evitando múltiplas transações em cartão de crédito, para baixo valor).
Puxei meu cartão de crédito e ofereci a uma das meninas do café. – Quando deu? – Perguntei. Sem me responder, a funcionária segura meu cartão e diz: - Não sei passar o cartão. O senhor sabe? – Claro. Respondi. Mas não estava muito confortável com aquilo.
Ao perceber que não havia muita movimentação para a funcionária mesmo realizar a transação, decidi tentar passar o cartão na máquina. A cada passo que eu dava, cada botão que eu apertava, tentava encorajar a funcionária a aprender o fluxo da transação, para que num próximo cliente, ao menos, ela já estivesse mais preparada para ela mesma passar o cartão. Me enganei.
Fiz toda a transação sozinho, imprimi as duas vias do comprovante e mostrei para a atendente. – Ok? – perguntei já sem muita paciência. Ela respondeu que o valor estava certo e me agradeceu.
Não consegui me conformar com a atitude da atendente, pois ela sequer se interessou a aprender como fazia para passar o cartão de um cliente na máquina. Desmotivada? Falta de ambição? Essa é a diferença entre um funcionário que se empenha em fazer o seu melhor e outro que passa os dias no trabalho, feito uma máquina-humana, contando as horas e minutos para ir embora.
Pode ser problema do seu gestor, da pessoa que a colocou ali. Por que não foi ensinada desde o início? Talvez não fosse a sua função, mas seria de responsabilidade da atendente, no mínimo me dizer que não estava autorizada a cobrar as mesas e aguardaria a sua colega.
Como sempre digo: processo é processo! E, também sabemos, há funcionários e funcionários...