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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Wings - Asas (1927)




Conforme prometido, aqui vão os comentários sobre o filme Asas, de 1927. Não quero bancar o entendido de cinema, coisa e tal. O objetivo é só escrever mesmo, pois ninguém em pleno 2013 deve procurar o filme nas lojas para assisti-lo em casa. Só eu mesmo...

A expectativa em assistir o filme era grande. Sim, afinal eu tinha me comprometido a postar aqui meus comentários a respeito da "grande obra" de 1927. Entre aspas não por deboche, mas sim por estar preparado para ir para a frente da TV para assistir um trabalho sem a grandiosidade que o cinema tem hoje, sem tecnologia de efeitos, montagem, figurino ou som. Ou seja, para um filme de quase 100 de idade, obviamente que não se podia esperar muito, pois os recursos eram certamente bem limitados.
 
Quanto a efeitos especiais, nem se fala. Provavelmente seria ridículo em relação aos castelos da Terra Média de Peter Jackson em Senhor dos Anéis ou das misteriosas espaçonaves de George Lucas em Guerra nas Estrelas. Talvez nem existisse a preocupação em relação à montagem. O Diretor provavelmente teria gravado de uma cena só e depois veio cortando e cortando, até chegar na edição final para os cinemas. Figurino da época? Ah, me poupe...
 
Seria demais dizer que o filme é surpreendente, ou seria frase-feita dizer que é um "milagre da sua época". Não, não. Mas de qualquer forma, Asas é um filme bom. Lembre-se: para a época! Claro que é dureza assistir, em pleno 2013, mais de 2 horas de um trabalho em preto e branco e, além disso, mudo. Mas, vá lá, depois de 4 tempos de 30 minutos (sim, não tem como parar 2 horas seguidas para assistir Asas), dá para tirar alguma coisa boa do filme. Ah, convém lembrar que o melhor filme de 2011 (premiado pela Academia em 2012), foi The Artist, em preto e branco e... mudo!
 
Tudo bem, Asas é um drama de guerra, com história de amor, ódio, traições e uma grande amizade. Muito se falou em relação à forte relação de amizade entre os dois principais personagens, mas é um filme ingênuo, lento, bobo até em algumas cenas. As "grandiosas batalhas aéreas" do filme são consideradas as melhores da história do cinema. Considero um exagero, mas claro que para a época, pelos recursos disponíveis, imagino a dificuldade que foi para fazer aquelas cenas. Além de Melhor Filme, Asas ganhou o prêmio Melhor Efeitos de Engenharia, o equivalente atual a Melhores Efeitos Especiais. Pudera, as bolhas que ilustravam o personagem bêbado, justificaram o prêmio...
 
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Ficha Técnica: (Fonte: cineclick.com.br)

Sinopseo filme traz a história de John (Buddy Rogers) e David (Richard Arlen), dois pilotos de bombardeiros durante a I Guerra Mundia. Surge uma grande amizade, posta à prova quando ambos se apaixonam por uma mesma garota, Mary (Clara Bow), uma enfermeira da Cruz Vermelha. A guerra e suas consequências ameaçam as vidas e os sonhos dos três.

Duração: 141 minutos

Gênero: Drama de Guerra

Produção: Estados Unidos

Direção:William A. Wellman

Elenco principal: Clara Bow, Charles "Buddy" RogersRichard Arlen, Gary Cooper

Estúdio: Paramount Pictures

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

E o Oscar vai para...





Claro que iniciar um texto com uma chamada dessas sempre chama a atenção do leitor. Obviamente que esse texto tem relação próxima com o Award da Academia. Pois bem, vamos lá...


Nos final dos anos 90, meu interesse por cinema começou a ficar mais intenso. Lia livros, revistas especializadas e não perdia um lançamento sequer que estivesse nos cinemas. Todos os anos, tentava assistir os títulos que concorriam ao maior prêmio do cinema, para fazer minhas próprias apostas e "conferir" os resultados na noite da cerimônia. Uma grande bobagem, pelos motivos que explico adiante, mas era um divertimento e tanto.


Anos se passaram e já não tenho o mesmo pique daqueles anos: difícil acompanhar um lançamento nos cinemas, não leio mais a revista SET e não lembro de ter assistido um filme inteiro sem interrupção. Tempo diferente, totalmente diferente.

De qualquer forma, de lá para cá, consegui montar uma pequena coleção que começou em 2000, depois de uma conversa com um amigo, o Carlos. Comentando sobre alguns filmes em cartaz nos cinemas e os recentes premiados da Academia, o Carlos me perguntou quais eram as apostas para aquele ano. Depois, me perguntou quantos filmes eu tinha. "Uns 30" - respondi, "incluindo os últimos 4 ganhadores do Oscar de melhor filme". Foi quando o Carlos comentou: "mas você deve completar essa coleção. Até o 'Asas' você tem que ter". Fingi que tinha entendido, mas não. Eu acreditava que sabia tudo de cinema até então. Mas não sabia que raios de filme chamado "Asas" o Carlos estava se referindo.

Mais tarde, após rápida pesquisa, descobri que o "Asas" foi o primeiro filme premiado pela Academia com o Oscar de melhor filme. Era um filme mudo, de 1928, em preto e branco. Fiquei curiosíssimo para assistir o filme, parecia interessante. Naquele momento, tinha encontrado o critério de coleção que há muito estava procurando: todos os ganhadores do Oscar, desde a primeira edição.

Sempre me interessei por filmes. Via qualquer coisa: desde as comédias da Sessão da Tarde até os mais "sérios" da Tela Quente. Mas eram filmes contemporâneos e eu já queria ver coisas mais antigas: quem é Alfred Hitchcock? Por que Cidadão Kane mudou a história do cinema? Cantando na Chuva é tudo o que falam mesmo? Que história é essa de cinema mudo? Queria conhecer filmes de todas as épocas, entender a evolução do cinema até os dias atuais. Então, naquela conversa com o Carlos decidi iniciar a coleção a partir de todos os títulos ganhadores do Oscar de melhor filme. Já era um critério, pois teria condição de conhecer o cinema desde 1927 (premiação em 1928), ano da primeira produção, o Asas (do original, Wings). Sim, vamos ignorar o fato de a Academia ser frequentemente qualificada por dar prêmios a quem não merece, de lobby para premiar esse ou aquele título. Sim, vamos ignorar esses fatos. O objetivo seria montar uma coleção com títulos de todas as épocas, com o único objetivo de conhecer o que o cinema fez para chegar até onde chegou, relacionar alguns títulos com o tempo e tecnologia disponíveis, "avaliar" os concorrentes e entender os injustiçados (e só agora entendo porque Cantando na Chuva é considerado como a maior injustiça do cinema sem sequer ter sido indicado à premiação de melhor filme) e por aí vai. Anos mais tarde incluí um novo critério: incluir também os vencedores na categoria melhor filme de animação (até agora são 11 títulos), Tenho também alguns clássicos, alguns títulos franceses, outros italianos. Entre os mais admirados, claro, Cantando na Chuva ganha de goleada.

No ano passado (2012), encontrei o último filme que faltava para completar a coleção de 84 filmes até aqui, na categoria principal: Cimarron, de 1931. Encontrei na Amazon do Reino Unido. Tudo bem que a imagem é de péssima qualidade e de origem suspeita, mas não tinha outro jeito: só faltava esse.

Ainda não assisti todos os 84 filmes, nem os 11 de animação. Pretendo fazê-lo até o final de 2013. Até porque, se encontrar outro critério para iniciar nova coleção de filmes, o estoque será grande para vencer.

Volto na próxima postagem de cinema, com "Asas" (Wings), de 1928.